quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

O NASCIMENTO E A INFÂNCIA DE MAOMÉ


No ano de 570 da Era Cristã, em Meca (Arábia), uma jovem viúva chamada Amina deu à luz a um menino a quem ela chamou de Maomé [7]. Embora Maomé fosse seu único filho, Amina o deu a uma mulher beduína, para ser criado no deserto, quando o menino tinha apenas seis meses de idade. 
 
Algumas mulheres árabes ricas às vezes empregavam ama de leite para seus filhos. Isto as libertava dos cuidados e permitia que tivessem outro filho. Mais filhos significava um status social mais alto. Mas este não era o caso de Amina que era uma viúva com apenas um filho para criar e não era rica. Abdullah, o pai de Maomé, morreu seis meses antes de seu nascimento. A prática também não era comum. De fato, Khadija, a primeira mulher de Maomé, que era a mulher mais rica de Meca, teve três filhos de seu casamento anterior e pariu mais seis de Maomé. Ela os criou sozinha [8]

Por que Amina daria seu único filho para ser criado por outra pessoa? Ela também não amamentou o infante. Após seu nascimento, Maomé foi dado a Thuiba, uma empregada de seu tio Abu Lahab (o mesmo tio que Maomé amaldiçoa na sura 111) para ser cuidado. O porquê de Amina não ter cuidado de seu filho não é mencionado. Tudo que se pode fazer é especular. Será que ela estava deprimida por ter ficado viúva em uma idade tão jovem? Será que ela achava que a criança era um empecilho para contrair novas núpcias?  

Uma morte na família pode causar mudanças químicas no cérebro que predispõem à depressão. Outros fatores que podem aumentar as chances de uma mulher ter depressão são: morar sozinha, ansiedade sobre o feto, problemas maritais ou financeiros e a pouca idade da mãe. [9] Baseado no que sabemos, ela era uma boa candidata a sofrer de depressão. A depressão pode interferir na habilidade da mãe em ter um vínculo com seu bebê. Também, a depressão durante a gravidez pode colocar a mãe em risco de ter um episódio de depressão pós-parto [10].

Alguns pesquisadores sugerem que a depressão em mulheres grávidas pode ter efeitos diretos sobre o feto. Os bebês ficam frequentemente irritáveis e letárgicos. Estes recém-nascidos podem se tornar crianças de aprendizado lento, e emocionalmente irresponsáveis, com problemas de comportamento, tais como agressão.[11]

Maomé cresceu entre estranhos. Enquanto crescia, ele se tornou consciente de que não pertencia à família com quem ele morava e podia ver que as outras crianças tinham pais. Ele deve ter se perguntado com quem ele estava vivendo. Ele deve ter se perguntado por que sua própria mãe, a quem ele visitava duas vezes por ano, não o queria. Talvez sofresse bullying de outras crianças por ser órfão. Ser órfão é um estigma mesmo nos dias de hoje.

Halima, a ama de leite de Maomé, décadas depois recontou que a princípio ela não quis ficar com Maomé, pois ele era um órfão de uma pobre viúva de poucos recursos. Afinal ela acabou aceitando porque não achou nenhuma criança de família rica. Sua família precisava desesperadamente uma renda extra, mesmo que não fosse muito. Será que isso influenciou no jeito que ela cuidava da criança? Será que Maomé se sentia mal amado em sua família adotiva durante aqueles anos cruciais quando a personalidade de uma pessoa é formada?

Halima relatou que Maomé era uma criança solitária. Ele iria se recolher a um mundo imaginário e conversar com amigo que ninguém podia ver.  Essa era a reação de uma criança que não se sentia amada no mundo real e criava um em sua mente onde ele podia achar refúgio e ser amado?
A saúde mental de Maomé se tornou objeto de preocupação para seus pais adotivos que, assim que ele atingiu a idade de cinco anos, o levara de volta a Amina. Sem ainda ter achado um novo marido, Amina ficou relutante em pegar a criança de volta, até que Halima descrevesse seu estranho comportamento. Eles haviam tentado devolver Maomé desde que ele fora desmamado, na idade de dois anos, mas a cada vez, Amina insistia para que eles o mantivessem um pouco mais. Ibn Ishaq gravou as palavras de Halima:

Seu pai (o próprio filho de Halima) disse a mim: “estou temeroso de que esta criança tenha levado algum tipo de pancada, então leve ele de volta a sua mãe antes que os resultados apareçam”. Ela (a mãe de Maomé) me perguntou o que aconteceu e não me deu paz até que eu contei a ela. Quando ela perguntou se eu temia que um demônio tivesse possuído ele, repliquei que sim.[12]

 Não é incomum que as crianças tenham imaginação fértil. Mas o caso de Maomé deve ter sido excepcionalmente alarmante para deixar preocupados Halima e o marido. Ele disse: "temo que esta criança tenha levado uma pancada". Anos mais tarde, Maomé relatou suas estranhas experiências infantis.

"Dois homens em roupas brancas vieram a mim com uma bacia cheia de neve. Eles me pegaram e dividiram meu corpo, daí eles pegaram meu coração e abriram e tiraram dele um coágulo negro e o atiraram longe. Daí eles lavaram meu coração e meu corpo com aquela neve até que eles fizessem tudo ficar puro". [13] 

O que é certo é que impurezas da mente não aparecem como um coágulo no coração. Os pecados não podem ser removidos com cirurgia e a neve não é um bom adstringente. Esta história toda é uma fantasia ou uma alucinação e fica claro que Maomé tentava impressionar seus seguidores.

Maomé estava agora de volta com sua mãe, mas esta união não duraria muito. Um ano depois Amina morreu. Ele não falou muito nela. Quando Maomé conquistou Meca, cinquenta anos depois de sua morte, ele visitou o túmulo de sua mãe na Abwa, um lugar entre Meca e Medina onde ela estava enterrada e chorou. Ele disse a seus companheiros: 

Este é o túmulo da minha mãe; o Senhor tem permitido que eu o visitasse. E eu busquei sair para orar por ela, mas não foi dada permissão. Então eu busquei minha mãe na memória, e as tenras lembranças dela vieram à tona e eu chorei.[14]

Por que Deus não permitiria que Maomé orasse por sua mãe? O que foi que ele fez que não merecesse o perdão? A menos que acreditemos que Deus é injusto, isso não faz sentido. Obviamente Deus não tem nada a ver com isso. Era Maomé quem não conseguia perdoar sua mãe, mesmo depois de meio século depois de sua morte. Será que ele se lembrava dela como uma mulher fria e sem amor? Será que estava ressentido com ela e tinha feridas emocionais profundas que nunca foram curadas?

Maomé teve quatro filhas. A uma ele colocou o nome de Zeinab, em homenagem a própria tia; Fátima, que era o nome de sua sogra; e Ruqiya, o nome de sua avó. Mas nenhuma ganhou o nome de sua própria mãe.

Depois da morte de Amina, Maomé passou dois anos na casa de seu avô, que, atento por ser ele um órfão, o mimou com amor excessivo. Ibn Sa'd escreve que Abdul Muttalib deu uma tamanha atenção à criança que não tinha dado nem a seus próprios filhos. [15] Muir escreve em sua biografia de Maomé:

“a criança foi tratada por ele com carinho singular. Um tapete costumava ser espalhado sob a sombra da Caaba, e nele, o ancião se reclinava ao abrigo do sol. Em volta do tapete, mas numa distância respeitosa, sentavam os filhos. O pequeno Maomé costumava correr para perto do patriarca, e sem a menor cerimônia tomava posse do tapete. Seus filhos tentavam tirá-lo fora, mas Abdul Muttalib se interporia dizendo: ‘Deixe meu filhinho sozinho’. Ele então bateria em suas costas, enquanto se deliciava com suas tagarelices infantis. O menino ainda estava aos cuidados de sua enfermeira, Baraka, mas ele a deixava e corria para o aposento de seu avô, mesmo que ele estivesse sozinho ou dormindo”.

Maomé se lembrou do tratamento preferencial que recebeu de Abdul Muttalib. Temperando-a com sua imaginação, ele mais tarde disse que seu avô costumava dizer: “deixe-o sozinho, pois ele tem um grande destino, e será herdeiro de um reino”; e diria Baraka: “Tome cuidado para não deixa-lo cair nas mãos dos judeus e cristãos, pois eles o estão procurando, e iriam ferí-lo”. (16). Todavia, ninguém se lembrava de ter comentado essas coisas, pois nenhum de seus tios aceitou prontamente o Islã quando ele veio pregar a religião, exceto Hamza, que tinha a mesma idade que ele. Abbas também se juntou a causa, mas somente depois que a estrela de Maomé tinha brilhado e ele estava aos portões de Meca pronto para invadi-la.

O destino não foi clemente com Maomé. Somente dois anos depois de viver na casa de seu avô, o velho patriarca morreu na idade de oitenta e dois anos e o menino ficou sob a custódia de seu tio Abu Talib. 

A criança órfã se sentia amargurada pela perda de seu amoroso avô. Enquanto seguia seu caixão ao cemitério de Hajun, ele foi visto chorando, e anos mais tarde, ele reteve uma memória apreciável dele.

Abu Talib despeja a confiança fielmente: “seu carinho pelo rapaz se igualou àquele de Abdul Muttalib” escreve Muir. “Ele o fez dormir em sua cama, comer ao seu lado, e segui-lo todas as vezes em que saía. E esse tratamento carinhoso continuou até que Maomé saísse das limitações da infância”.[18] Ibn As’d cita Waqidi que narrou que Abu Talib, embora não fosse rico, tomou conta de Maomé e o amou mais do que a seus próprios filhos.  
Por causa dos efeitos devastadores durante sua infância, Maomé temeu o abandono e deve ter ficado emocionalmente traumatizado. Isto se torna evidente a partir de um incidente que aconteceu quando ele tinha 12 anos. Um dia, Abu Talib decidiu ir à Síria para uma viagem de negócios. Ele queria deixar a criança em casa. “Mas quando a caravana estava pronta para partir, e Abu Talib estava para montar seu camelo, seu sobrinho foi oprimido pela probabilidade de uma longa separação e se agarrou a seu protetor. Abu Talib ficou sensibilizado e carregou o menino com ele”. [19] Este grau de ligação com seu tio é uma pista de que Maomé tinha um medo constante de perder seus entes queridos.

Apesar da grande afeição, e embora Abu Talib permanecesse um árduo defensor dele por toda a sua vida – mimando-o mais que a seus próprios filhos – Maomé se mostrou um sobrinho ingrato no fim. Quando seu tio idoso estava no leito de morte, Maomé o visitou e ficou a seu lado. Todos os filhos de Abdul Muttalib também estavam presente. Pensando sempre no bem estar do sobrinho, Abu Talib fez um apelo sincero a seus irmãos para que protegessem Maomé, que tinha então 50 anos de idade. Eles prometeram fazer isso, incluindo Abu Lahab, a quem ele tinha amaldiçoado. Depois disso, Maomé pediu a seu tio que se convertesse ao Islã.  

Maomé estava ciente de que seus seguidores eram, em sua maioria, mansos e vagarosos. Para incrementar seu prestígio ele precisava de alguém à sua altura para abraçar sua causa. Ibn Ishaq relata: “Sempre que os homens se reuniam nas feiras, ou quando o apóstolo ouvia que alguém importante estava vindo a Meca, ele se dirigia a eles com sua mensagem”. [20]

Os líderes de seitas têm consciência de que sua mensagem per se não tem validade. Eles tentam torná-la atrativa cortejando pessoas de influência e ganhar as massas através da força da falácia ad populum. Os biógrafos mais históricos de Maomé nos contam que ele se regozijou imensamente quando Abu Bakr e Omar se alistaram a sua causa. A conversão de Abu Talib teria elevado seu prestígio entre os coraixitas, a tribo que residia em Meca e tinha a custódia da Caaba, dando a ele a credibilidade e o status que ele tão desesperadamente almejava. Ao invés disso, o moribundo sorriu e disse que preferia morrer na fé de seus avós. Com suas esperanças desvanecidas, Maomé saiu do quarto murmurando: "eu quis rezar por ele, mas Alá me impediu de fazer isso". [21]

O Alcorão o confirma: "não cabe ao profeta e àqueles que creem pedir perdão para os idólatras, mesmo que sejam parentes" (sura 9:133). É difícil acreditar que Deus iria impedir seu profeta de pedir perdão ao homem que o criou o protegeu por toda a vida, e sacrificou tanto por ele. Isto rebaixaria Deus a um nível que o tornaria indigno de ser cultuado. Os sacrifícios que Abu Talib e sua família fizeram para proteger Maomé foram imensos. Este homem, mesmo sendo incrédulo quanto à religião de seu sobrinho, permaneceu como uma pedra contra seus oponentes, como um escudo que o protegia de qualquer dano possível, e por 42 anos ficou sendo seu mais resoluto apoiador. Apesar de que quando Abu Talib se recusou a se converter ao Islã, Maomé se sentiu tão rejeitado que ele se recusou até a fazer uma prece pela sua morte. Bukhari relata:  
Relatou Abu said Al-Khudri que ele ouvia o Profeta, quando alguém mencionava seu tio (Abu Talib) dizendo: “talvez meu intercessor será útil a ele no Dia da ressurreição de modo que ele seja colocado num fogo raso que alcance só o tornozelo. Seu cérebro será cozido por ele. [22]
 Por um lado, ele condenou o tio ao fogo do inferno e por outro ele fingiu lealdade a ele dizendo que intercederia por ele. Todavia, o mesmo Maomé em diversas ocasiões disse que ninguém tem autoridade para interceder junto a Deus.[23]


Os anos se passaram. Maomé permaneceu solitário, um recluso em seu próprio mundo, distante e até mesmo distante de seus pares. Bukhari (24) diz que Maomé era “mais tímido do que uma virgem velada” (25). Ele permaneceu assim por toda sua vida, inseguro e tímido, algo que ele tentava compensar estufando a si mesmo, com pomposidade e auto engrandecimento.


Maomé não se engajou em nenhuma ocupação importante. Às vezes ele cuidava de ovelhas, uma profissão mais reservada às mulheres e considerada não masculina pelos árabes. O pagamento era escasso e ele dependia de seu empobrecido tio para seu sustento. 
 
 

Um comentário:

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