Um dia, na idade de quarenta anos, depois de
passar muitos dias sozinho em uma caverna, Maomé teve uma estranha experiência.
Ele começou a ter contrações musculares rítmicas, dores abdominais, como se
alguém o tivesse espremendo violentamente; e a ter fasciculação (espasmos
musculares), movimentos involuntários da cabeça e dos lábios, sudorese, e rápidas
palpitações cardíacas. Neste agitado estado, ele ouvia vozes e tinha visões de
um fantasma.
Ele correu para casa assustado, tremendo e
suando. “Cubra-me, cubra-me”, ele suplicou para sua esposa. “Ó Khadija, o que
tem de errado comigo?” Ele contou tudo a ela e disse: “Temo que algo possa
acontecer comigo”. Ele pensava que tinha sido possuído por demônios de novo.
Khadija o tranquilizou e disse que não ficasse com medo, pois ele tinha sido
visitado por um anjo e fora escolhido para ser profeta.
Khadija era uma hanif, ou seja, pertencente a uma
religião monoteísta da Árábia baseada na crença do patriarca Abraão. Suas
garantias funcionaram e Maomé foi convencido de sua carreira profética. Isto combinou muito com ele, na
medida em que preenchia seu desejo de grandiosidade. Ele começou a pregar sua
mensagem.
Qual era sua mensagem? A mensagem era que ele
tinha virado um mensageiro. Como resultado, as pessoas tinham que respeitá-lo,
amá-lo e obedecê-lo. Depois de 23 anos de pregação, a mensagem central permaneceu
a mesma. A mensagem principal do Islã é que Maomé é um mensageiro. Além disso, não há outra mensagem. Falhar em
reconhecê-lo como tal implica em punição tanto neste mundo quanto no outro. O
monoteísmo, que tem sido o principal argumento do Islã, não era originalmente
parte da mensagem de Maomé.
Maomé começou a insultar os mecanos e sua religião. Eles o
ridicularizaram a princípio, depois o evitaram, a ele e aos seguidores. Ele
mandou que seus seguidores emigrassem para Abissínia. Quando a sua religião
parou de crescer, ele decidiu suavizar sua mensagem e apaziguar seus detratores
fazendo promessas. Ibn As’d narra:
Um dia, o Profeta estava em uma reunião em torno da Caaba e estava
lendo para eles a surata na-Najm do Alcorão (nº53). Quando ele chegou ao verso
19 a 20 que dizia: “Vistes vós Lat e Izza, os ídolos, e Manat, o terceiro entre
eles?”. Satanás colocou os dois versos seguintes na boca do profeta: “são belos
e há esperança em sua intercessão”. [26]
Estas palavras agradaram aos Quraish e eles
findaram seu boicote e sua hostilidade. Esta notícia alcançou os muçulmanos na
Abissínia que retornaram cheios de alegria para Meca.
Depois de um tempo, Maomé se deu conta de que em
aceitar as filhas de Alá como deidades, ele tinha rebaixado sua própria posição
como único intermediário entre Alá e o povo, fazendo sua nova religião
indistinguível das crenças dos pagãos e também redundante. Como ele podia se
retratar? Disse que os dois versos que aceitavam as filhas de Alá eram versos
satânicos, que de alguma maneira foram parar em sua boca. Então ele os
substituiu com: “Serão vossos os machos e d’Ele as fêmeas! Que partilha iníqua
seria!” [27]
Este incidente fez os coraixitas zombares de
Maomé. Eles disseram: “Maomé ficou arrependido do que disse sobre a posição de
seus deuses em relação a Alá, alterando-a e dizendo outra coisa”. [28] Para
justificar este deslize e ganhar outra vez a confiança deles, ele alegou que
todos os outros profetas também foram enganados por Satã, que os inspirava com
versos demoníacos falsamente atribuídos a Deus.
Jamais
enviamos, antes de ti, Mensageiro ou Profeta algum sem que o demônio procurasse
misturar os desejos com algum desejo seu. Mas Deus anula o que o demônio
planeja e confirma Suas próprias revelações. Deus é conhecedor e sábio. E ele
transforma as maquinações do demônio em tentações para os corações mórbidos e
endurecidos – os prevaricadores estão numa cisma que vai longe demais. (Alcorão
22: 52-53)
Maomé escreveu estes versos porque alguns de seus
seguidores o deixaram, ao perceber que ele estava criando o Alcorão como uma
situação fabricada. O que tais versos dizem em sua essência, para colocar em
palavras mais abruptas, é que quando eu, Maomé, faço coisas patéticas e vocês
me apanham de calças curtas, ainda assim a culpa é de vocês, pois têm uma
doença no coração.
Treze anos se passaram, e não mais do que 120
pessoas se converteram a sua nova religião. Sua mulher, que não apenas atendia a
seus desejos, mas também o admirava e idolatrava de maneira servil, foi sua
primeira seguidora. O status social dela convenceu outras pessoas de influência,
tais como Abu Bakr, Othman e Omar, a se juntar a sua causa. Afora esses poucos,
o resto dos seguidores de Maomé era um bando de escravos e uns poucos jovens
desequilibrados.
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