quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

EXPERIÊNCIAS MÍSTICAS



Um dia, na idade de quarenta anos, depois de passar muitos dias sozinho em uma caverna, Maomé teve uma estranha experiência. Ele começou a ter contrações musculares rítmicas, dores abdominais, como se alguém o tivesse espremendo violentamente; e a ter fasciculação (espasmos musculares), movimentos involuntários da cabeça e dos lábios, sudorese, e rápidas palpitações cardíacas. Neste agitado estado, ele ouvia vozes e tinha visões de um fantasma.

Ele correu para casa assustado, tremendo e suando. “Cubra-me, cubra-me”, ele suplicou para sua esposa. “Ó Khadija, o que tem de errado comigo?” Ele contou tudo a ela e disse: “Temo que algo possa acontecer comigo”. Ele pensava que tinha sido possuído por demônios de novo. Khadija o tranquilizou e disse que não ficasse com medo, pois ele tinha sido visitado por um anjo e fora escolhido para ser profeta. 

Khadija era uma hanif, ou seja, pertencente a uma religião monoteísta da Árábia baseada na crença do patriarca Abraão. Suas garantias funcionaram e Maomé foi convencido de sua carreira profética. Isto combinou muito com ele, na medida em que preenchia seu desejo de grandiosidade. Ele começou a pregar sua mensagem.

Qual era sua mensagem? A mensagem era que ele tinha virado um mensageiro. Como resultado, as pessoas tinham que respeitá-lo, amá-lo e obedecê-lo. Depois de 23 anos de pregação, a mensagem central permaneceu a mesma. A mensagem principal do Islã é que Maomé é um mensageiro. Além disso, não há outra mensagem. Falhar em reconhecê-lo como tal implica em punição tanto neste mundo quanto no outro. O monoteísmo, que tem sido o principal argumento do Islã, não era originalmente parte da mensagem de Maomé.

Maomé começou a insultar os mecanos e sua religião. Eles o ridicularizaram a princípio, depois o evitaram, a ele e aos seguidores. Ele mandou que seus seguidores emigrassem para Abissínia. Quando a sua religião parou de crescer, ele decidiu suavizar sua mensagem e apaziguar seus detratores fazendo promessas. Ibn As’d narra:

Um dia, o Profeta estava em uma reunião em torno da Caaba e estava lendo para eles a surata na-Najm do Alcorão (nº53). Quando ele chegou ao verso 19 a 20 que dizia: “Vistes vós Lat e Izza, os ídolos, e Manat, o terceiro entre eles?”. Satanás colocou os dois versos seguintes na boca do profeta: “são belos e há esperança em sua intercessão”. [26]

Estas palavras agradaram aos Quraish e eles findaram seu boicote e sua hostilidade. Esta notícia alcançou os muçulmanos na Abissínia que retornaram cheios de alegria para Meca.

Depois de um tempo, Maomé se deu conta de que em aceitar as filhas de Alá como deidades, ele tinha rebaixado sua própria posição como único intermediário entre Alá e o povo, fazendo sua nova religião indistinguível das crenças dos pagãos e também redundante. Como ele podia se retratar? Disse que os dois versos que aceitavam as filhas de Alá eram versos satânicos, que de alguma maneira foram parar em sua boca. Então ele os substituiu com: “Serão vossos os machos e d’Ele as fêmeas! Que partilha iníqua seria!” [27]

Este incidente fez os coraixitas zombares de Maomé. Eles disseram: “Maomé ficou arrependido do que disse sobre a posição de seus deuses em relação a Alá, alterando-a e dizendo outra coisa”. [28] Para justificar este deslize e ganhar outra vez a confiança deles, ele alegou que todos os outros profetas também foram enganados por Satã, que os inspirava com versos demoníacos falsamente atribuídos a Deus. 

Jamais enviamos, antes de ti, Mensageiro ou Profeta algum sem que o demônio procurasse misturar os desejos com algum desejo seu. Mas Deus anula o que o demônio planeja e confirma Suas próprias revelações. Deus é conhecedor e sábio. E ele transforma as maquinações do demônio em tentações para os corações mórbidos e endurecidos – os prevaricadores estão numa cisma que vai longe demais. (Alcorão 22: 52-53)

Maomé escreveu estes versos porque alguns de seus seguidores o deixaram, ao perceber que ele estava criando o Alcorão como uma situação fabricada. O que tais versos dizem em sua essência, para colocar em palavras mais abruptas, é que quando eu, Maomé, faço coisas patéticas e vocês me apanham de calças curtas, ainda assim a culpa é de vocês, pois têm uma doença no coração. 

Treze anos se passaram, e não mais do que 120 pessoas se converteram a sua nova religião. Sua mulher, que não apenas atendia a seus desejos, mas também o admirava e idolatrava de maneira servil, foi sua primeira seguidora. O status social dela convenceu outras pessoas de influência, tais como Abu Bakr, Othman e Omar, a se juntar a sua causa. Afora esses poucos, o resto dos seguidores de Maomé era um bando de escravos e uns poucos jovens desequilibrados.


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