quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

O CASAMENTO COM KHADIJAH




Finalmente, na idade de 25 anos, Abu Talib assegurou a Maomé um emprego, um trabalho como administrador para uma rica mulher mercadora, uma parenta chamada Khadijah. Khadijah era uma formosa comerciante bem sucedida de quarenta anos, e também uma viúva. Maomé fez uma viagem à Síria a seu serviço, vendendo suas mercadorias e comprando o que ela tinha ordenado. Ao seu retorno, Khadijah se apaixonou pelo jovem Maomé e, através de uma criada, propôs casamento a ele.


Maomé era um homem necessitado, tanto financeiramente quanto emocionalmente. Para ele, o casamento com Khadijah foi uma bênção. Nela, ele podia achar a mãe que tanto almejava quando era criança, bem como uma segurança material que permitiria nunca trabalhar de novo.

Khadijah estava mais do que disposta a cuidar das necessidades de seu jovem marido. Ela encontrou a felicidade em cuidar, e em se sacrificar.

Maomé não era muito sociável nem chegado ao trabalho. Ele preferia se recolher do mundo e se retrair a seus próprios pensamentos. Mesmo quando criança, ele evitava a companhia de outras crianças e não brincava com elas. Ele frequentemente passaria seu tempo sozinho com humor melancólico. Ele não sabia como ser feliz ou se divertir. Ele raramente ria, e se o fazia, cobria a boca. A partir disso, e seguindo a tradição de seu profeta, os muçulmanos não consideram o sorriso como um ato piedoso.

Neste mundo recluso e imaginário, Maomé não era mais o rejeitado, a criança não desejada como veio a se imaginar durante os tenros anos de sua vida, mas ao invés disso ele era amado, respeitado, louvado, e até temido. Quando a realidade se tornou difícil de suportar e sua solidão o oprimia, ele escapava para a fantasia, onde ele podia ser qualquer coisa que quisesse. Ele deve ter descoberto este reino em uma idade muito jovem, quando ele estava vivendo na casa de sua família adotiva, e gastando dias e dias solitários no deserto. Este mundo idílico e reconfortante de fantasia veio a se tornar seu refúgio pelo resto de sua vida. Tornou-se tão real para ele quanto o próprio mundo real, apenas mais prazeroso. Deixando sua mulher em casa com nove filhos para cuidar, Maomé se retraía para cavernas perto de Meca e passava dias recluso do mundo, envolto em seus próprios pensamentos e doces devaneios.


Nenhum comentário:

Postar um comentário